Efeitos psicológicos das mudanças climáticas e comportamentos pró-sustentabilidade ambiental

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A medida do comportamento ambiental pode variar dependendo do nível em que é avaliada

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XI Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica reúne estudiosos no CEUB para compreender as relações humanas com o meio ambiente

A influência do ambiente e das circunstâncias individuais no comportamento sustentável pode mudar o modo de enxergar o ser humano

* Casos de "Eco-ansiedade": medo crônico de desastres climáticos e/ou respostas à piora das condições climáticas

Luís Alberto Alves/Hourpress

Embora os problemas ambientais sejam objeto de preocupação e investigação, as questões comportamentais relacionadas ao meio ambiente ainda são pouco exploradas. Analisar os fatores que influenciam o comportamento humano em relação ao meio ambiente. Esse foi o tema central da mesa-redonda "Avaliação da relação pessoa-ambiente", dentro da programação do XI Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica. Coordenado pela professora de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Ligia Abreu, o encontro, sediado na instituição, reuniu estudantes e profissionais de psicologia.

 Especialista em Psicologia Ambiental, Lígia Abreu afirma que o debate se dá em resposta ao chamado da psicologia, para se comprometer com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Segundo Lígia, para avaliar o comportamento PRÓ-ambiental, deve-se pensar, tanto em medidas macro, como a Escala de Responsabilidade Ambiental Corporativa; como micro, por exemplo, a escala de comportamento ecológico, além do público-alvo. "Estas são ferramentas de avaliação psicológica utilizadas para entender e mitigar as mudanças climáticas, promovendo a adaptação da sociedade às transformações climáticas e planejando melhores ambientes urbanos em busca de qualidade de vida e sustentabilidade", ressaltou.

 A docente do CEUB afirma que a literatura especializada oferece diversas escalas de medida para avaliar esses comportamentos, porém, ainda há necessidade de resultados mais precisos e tudo isso depende de um amplo contexto. Dentre os comportamentos que podem ser investigados, o psicólogo Carlos Manoel Rodrigues , também docente do curso de Psicologia do CEUB, menciona casos de "Eco-ansiedade": medo crônico de desastres climáticos e/ou respostas à piora das condições climáticas. Há a necessidade de melhor definição de pesquisas sobre temas climáticos. 

Acordo

"A medida do comportamento ambiental pode variar dependendo do nível em que é avaliada. Podemos medir comportamentos individuais ou de grupos e instituições, como empresas ou escolas. É importante adaptar as escalas de acordo com o objetivo da pesquisa ou intervenção", afirmou a psicóloga.

 A influência do ambiente e das circunstâncias individuais no comportamento sustentável pode mudar o modo de enxergar o ser humano inserido nas causas ambientais. "Para avaliar esses diferentes contextos, é necessário verificar a validade das escalas de comportamento ecológico e aplicar para diferentes faixas etárias e grupos sociais, ressaltando a importância de torná-las acessíveis e de fácil leitura", destaca a docente do CEUB.

 Ligia destaca a realização do Congresso como parte do compromisso da psicologia em atender aos desafios globais apresentados pelos ODS da ONU: "Com a aplicação de ferramentas de avaliação psicológica, espera-se promover a adaptação da sociedade às mudanças climáticas, planejar ambientes urbanos mais sustentáveis e promover a qualidade de vida das pessoas".

#Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue #RAS (Rede Ambiental Sindical)

 

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